
Em 2016, a própria médica de família de Carina já não via solução para a sua paciente. Mesmo assim, encaminhou-a para consultas de Tratamentos Cirúrgico de Obesidade no Hospital de Faro. As tentativas de perda de peso foram muitas.
Na luta entre Carina e o próprio peso, este último levava sempre a melhor. “Eu até ia ao ginásio, sempre fui uma pessoa ativa. Mas as calorias que perdia num treino, rapidamente recuperava num lanche numa pastelaria”, conta.
Tudo mudou quando o seu nutricionista lhe deixou um ultimato. “Se quiser viver mais uns aninhos, vai ter de fazer alguma coisa por si”. Carina lembra aquela consulta como o momento em que sentiu o click que precisava para mudar. Afinal, anteviu o sonho de vir a ser mãe. Sabia que precisava de ter saúde para cuidar e ver o filho crescer.
Uma necessária intervenção cirúrgica
Para tal, e com mais de 140 kg, Carina viu-se obrigada a submeter-se a um sleeve gástrico. Uma cirurgia que reduz a capacidade do estômago a cerca de 150 ml e obriga a uma readaptação alimentar bastante restrita.
A partir daí, seguiu as dicas sugeridas pelo nutricionista que se traduziram numa prática de experimentar as receitas e truques que melhor resultavam ao seu caso. “Admito que o meu gosto pela cozinha ajudou. O essencial é mentalizarmo-nos que lá por fazermos ‘dieta’ não termos de passar fome nem ir a chorar para casa porque num jantar com amigos comemos salada e eles batatas fritas”, simplifica a entrevistada que garante não descurar dos treinos, a par de toda esta reaprendizagem alimentar.
Se numa fase inicial os treinos eram-lhe essenciais devido à flacidez e excesso de pele, hoje são igualmente importantes por questões mentais. “Há lá coisa melhor do que caminhar ou correr à beira mar?”.
Se antes comer um crepe ou passar a tarde no sofá eram exemplos de momentos relaxantes, hoje tais hábitos deram lugar a passeios ao ar livre. Grande exemplo de mudança de quem resume a sua luta a ser feliz. “Eu tenho lutado muito por isto, e tenho-me safado bem”.