
Dieta cetogénica ou keto, para usar o estrangeirismo que mais se ouve, é uma tendência alimentar que ganhou destaque há pouco tempo, com resultados quase milagrosos. Uma palavra que chama a atenção de todos e deixa metade da população maravilhada e a outra metade de pé atrás. Afinal, todos sabemos que isto de dietas milagres é pouco saudável e de se evitar, já que raramente tem fundamento nem tampouco resultados a longo prazo.
Este não parece, contudo, ser o caso da dieta cetogénica, que persiste em valorizar-se com mais e mais casos de sucesso. A par destes, são também muitos os que se queixam por não conseguir emagrecer com a ‘moda’ do keto. Esta dualidade, a nosso ver, já permite olhar para a dieta como algo possível de ser saudável – um regime que serve a alguns mas não é milagre, pois não funciona com todos (na verdade, nenhuma dieta, regime ou plano alimentar é fundamental para todos).
Agora sim, temos argumentos para não ignorar por completo esta moda mas sim entende-la. O que é? Quais os seus objetivos? Porque há quem não emagreça com a dieta cetogénica? Questionamos este tema junto de Michelle Bond. A naturopata e nutricoach que chegou a Portugal em 2014 e abriu uma clínica de beleza e saúde, sempre focada no lado mais natural. Para a especialista, “uma das formas de garantir o bem-estar é através da dieta cetogénica”, porque “não tem só benefícios a nível físico, mas também a nível mental”.
O que é a dieta Keto?
Muito resumidamente, o foco deve estar em reduzir ao máximo o número de hidratos de carbono que se ingere. Como explica Scott Keatley, dietista americano que falou à Women’s Health, “ao fazer isto, colocamos o corpo num estado conhecido por cetose, um estado metabólico que queima gordura sob a forma de energia”.
Ainda que as proporções nutritivas variem de caso para caso, Keatley generaliza as seguintes proporções:
- 60 a 75% de calorias provenientes de gordura
- 15 a 30% de calorias provenientes de proteína
- 5 a 10% de calorias provenientes de hidratos de carbono
As proporções permitem perceber facilmente que quem segue esta dieta foca-se quase exclusivamente na gordura. É este o macronutriente que compõe quase todo o plano alimentar.
O passado enquanto argumento
A comprovar os benefícios desta dieta, Michelle Bond alega que “se os nossos antepassados não tivessem a capacidade de usar corpos cetónicos como fonte de energia a nossa espécie não teria durado tanto. Quando o ser humano passava por períodos sem comida, o corpo utilizava corpos cetónicos como fonte de energia para sobreviver. Portanto, durante a nossa evolução, nós usamos glicose e corpos cetónicos como combustível”.
Como consequência, “sentimos os níveis de energia constantes durante o dia. Deixamos de ter a sensação de moleza depois do almoço, ou a necessidade de comer doces para ‘despertar’”.
Diz a especialista que este regime alimentar “dirige-se a todos os que queiram emagrecer. É também para quem queira melhorar a função cognitiva, por exemplo”. Este último ponto, segundo Michelle Bond, levou vários CEOs a seguir a dieta cetogénica.
Não serve a todos
Ainda assim, este não é um regime que sirva a todos – nenhum o é! – mas porque há quem não tenha sucesso com a dieta keto?
Em primeiro lugar, diz a nutricoach, porque é um regime que exige muita disciplina. Não é fácil, passar a comer apenas entre 20 a 30g de hidratos de carbono por dia, por exemplo. “Basicamente, as primeiras duas semanas servem para descobrir com que quantidade de cada macronutriente o corpo entra em cetose”, explica.
Mas há mais motivos que levam a que muitos não consigam emagrecer com a dieta cetogénica. Mantendo sempre o foco no argumento de que cada caso é um caso, a Women’s Health reuniu os possíveis motivos mais comuns. Percorra as imagens da galeria e saiba quais são.
Mesmo que vários especialistas reconheçam o sucesso desta drástica mudança alimentar, vale a pena conhecer também os seus riscos. Saiba de que falamos aqui: