
A enxaqueca é uma das doenças mais comuns em todo o mundo – afeta 300 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) – e também das mais incapacitantes. Aparece sem aviso prévio e faz-se sentir durante a vida toda.
São já muitos os estudos sobre esta patologia, mas a Universidade de Helsínquia quis ir mais longe e analisar o papel da genética nesta dor de cabeça que tira qualidade de vida.
E as conclusões não poderiam ter sido mais concretas: existem 40 variantes genéticas que podem estar na origem da enxaqueca.
Variantes genéticas na base da enxaqueca
Para o estudo – o maior até à data – os cientistas finlandeses analisaram o ADN de 1.589 famílias e ainda os dados já recolhidos de 59 mil pessoas com enxaqueca, tendo concluído que estas 40 variantes aumentam consideravelmente o risco da pessoa ter doença e desta ser agravar ao longo dos anos.
Mas pode este estudo levar ao tratamento da doença num curto espaço de tempo? Sim e não. O facto de se saber que são as variantes genéticas uma das causas da doença é sempre uma mais-valia, porém, os genes em causa podem associar-se de várias formas e, por isso, dificultar a capacidade de detetar a variante em causa.
Além disso, as variantes podem mudar consoante o subtipo de enxaqueca em causa.
“Ficamos surpresos com o impacto das variantes [genéticas] comuns nessas famílias. No entanto, grande parte da predisposição genética para a enxaqueca ainda permanece inexplicada. É provável que novos estudos revelem variantes de risco de enxaqueca mais comuns e raras”, dizem os mentores do estudo.
Porém, além deste lado genético, é certo e sabido que maus hábitos, uma alimentação por defeito ou excesso e uma má rotina de sono podem contribuir para o agravamento da enxaqueca.
O estudo foi publicado na revista científica Neuron.